H. G. Wells: O Profeta da Ficção Científica Moderna
- Celso Mathias
- 6 de dez.
- 2 min de leitura
Poucos escritores conseguiram olhar tão longe quanto H. G. Wells. Muito antes de a ficção científica ser reconhecida como gênero, Wells já estava imaginando viagens interplanetárias, mundos paralelos, guerras tecnológicas e mutações humanas. Suas histórias, escritas no final do século XIX e início do XX, parecem conversar diretamente com o presente — e, em muitos casos, prevê-lo.

Autor de clássicos como A Máquina do Tempo, A Guerra dos Mundos, O Homem Invisível, A Ilha do Dr. Moreau e Os Primeiros Homens na Lua, Wells criou narrativas que misturam ciência, crítica social e inquietação filosófica. Suas obras não são apenas aventuras extraordinárias: são reflexões profundas sobre moralidade, poder, desigualdade, colonialismo e os limites da ambição humana.

Ao imaginar alienígenas invadindo a Terra ou cientistas transgredindo a ética, Wells denunciava as tensões de sua época e antevia os perigos do nosso futuro. Muitos dos seus conceitos — armas de destruição em massa, vigilância ampliada, manipulação genética — surgem com uma precisão surpreendente para alguém escrevendo em 1895.
Sua prosa é direta, urgente e impregnada de imaginação visual. Wells sabia transformar ideias científicas em drama humano, aproximando o leitor dos cenários mais improváveis e tornando o impossível plausível. Por isso é considerado, ao lado de Julio Verne e Mary Shelley, um dos pilares da ficção científica moderna.
Mas Wells não vive apenas nas páginas: vive também em todas as adaptações, filmes, quadrinhos, séries, jogos e referências que continuam brotando de suas ideias. Seu impacto é tão grande que muitas obras contemporâneas — de invasões alienígenas até viagens no tempo — ainda caminham na trilha que ele abriu.
H. G. Wells foi mais que um escritor visionário. Foi um diagnosticador do futuro, alguém que enxergou no avanço científico não apenas maravilhas, mas também alertas. E talvez seja por isso que sua obra continue tão necessária: ela nos lembra de que imaginar o futuro é também uma forma de questionar o presente.













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